O Queijo de São Jorge
Com fama internacional e gosto que dizem insuperável, o Queijo da Ilha de São Jorge será provavelmente o produto gastronómico mais conhecido dos Açores. A União de Cooperativas Agrícolas e Lacticínios de São Jorge, situada na Beira, funciona como casa dos processos de cura, classificação e certificação do queijo produzido na ilha. A Denominação de Origem só é atribuída aos exemplares cumpridores dos ingredientes e métodos tradicionais. Julga-se que a produção de queijo de leite de vaca remonta às influências dos flamengos que povoavam o Topo. O Queijo da Ilha de São Jorge, de pasta semi-mole ou dura, tem um ligeiro travo a picante, apresenta-se em forma redonda e pesa 7 a 12 quilogramas, sendo usualmente cortado em cunhas.
Nascidas e criadas espontaneamente na Reserva Natural e Área Ecológica Especial da Caldeira de Santo Cristo, as amêijoas são outra maravilha gastronómica exclusiva de São Jorge. A laguna costeira é o único sítio dos Açores onde existe este molusco, caracterizado por dimensões, sabor e textura carnuda únicas. A apanha da amêijoa está condicionada e o petisco só pode ser apreciado em alguns restaurantes.
O microclima de algumas fajãs permitiu o aparecimento de raridades agrícolas, como uma plantação de cafezeiros, caso raro na Europa: na Fajã dos Vimes pode apreciar-se um café de paladar e aroma intenso, feito com grãos colhidos localmente. É um possível complemento, tal como a aguardente de canela, para a doçaria da ilha, onde coscorões, rosquilhas e bolos de coalhada são receitas tradicionais. As espécies, doce em forma de ferradura e com “janelas” por onde se espreita o recheio, são típicas da ilha. Existem várias versões da receita, que têm em comum a presença de especiarias como erva-doce, canela ou pimenta.